sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Bissexual e normal, porque não?

Bissexual e normal, porque não?

Como eu disse no post passado, passei 4/5 da minha vida em Florianópolis e quando mudei para Minas Gerais muita coisa mudou. Aqui eu fiz mais amigos que lá, tive namorados, meu primeiro beijo, e a descoberta da minha sexualidade. Nunca olhei para meninas e meninos de forma diferente e desde entendi o que significava dizer que alguém era bissexual, me entendi assim, e sempre fui muito bem resolvida quanto a isso. Todas as pessoas ao meu redor sabem disso, e só estão do meu lado porque me aceitaram dessa forma.

Assim como nunca escondi de ninguém minha orientação sexual, não é legal você chegar para uma pessoa e dizer: “muito prazer meu nome é Carolina, tenho 15 anos e sou bisexual”. Quem encara isso com naturalidade como eu sabe a hora certa de dizer, de demonstrar que é bisexual.

Acho que uma “revelação” para outra pessoa que me marcou muito foi ao meu primeiro namorado de Santos, e meu único até hoje. Éramos amigos de férias, nos conhecemos logo nas minhas primeiras férias lá, como a maioria dos meu amigos paulistas, só que na segunda rolou sim, um clima e ficamos juntos durante o tempo que eu estive lá. Em nossa despedida, de madrugada depois do meu último luau no verão passado, choramos, ficamos realmente muito apegados, e eu senti que ele tinha representado para mim mais que um ficante, e eu precisava dizer que era bissexual, porque nossa amizade não seria a mesma daquele dia em diante se essas palavras ficassem engasgadas na minha garganta. Não existiria melhor momento, então eu disse somente: “Di, eu sou bissexual”. Estávamos abraçados e nenhum dos dois esperava uma palavra dita, nem eu, pois essa frase saiu praticamente cuspida.

Ele me olhou nos olhos rápido, acho que para confirmar se eu estava brincando ou não, e abaixou a cabeça. Foi quando ele disse que também era e eu me senti em um filme romântico. Meu Deus, quando aquilo iria acontecer de novo? Nunca. E realmente nunca aconteceu. Num primeiro momento, todas as pessoas para quem eu contei ser bissexual reagiram embaraçadas mas depois agiam normalmente. Eu sempre achei isso estranho, acreditava que quem fazia isso tinham ainda um pouco de preconceito, mas que agiam com naturalidade para não magoar nem constranger as pessoas que amavam. Estava enganada. Eu esperava que as pessoas me aceitassem como se eu estivesse dizendo: “meu sorvete preferido é de pêra”. Mas mesmo no século XXI ainda é incomum uma mulher ser homossexual, ou bissexual (e não é feminismo, ainda acham mais natural um homem gay do que uma mulher bi, ou gay).

Eu me surpreendi mais reagi da mesma forma, porém, em minutos, parecia que ele nunca havia me dito nada, mesmo assim, passei a olha-lo de uma forma diferente. Pode parecer estranho mais é verdade.

Casualmente na internet, por meio de terceiros, ouvi falar de histórias de bissexuais que se assumem héteros só para ficar de bem com os padrões. Pode isso?

Como todo mundo, hétero ou gay, eu fico carente, e quando a gente fica assim precisa de um namorado. Tá bom que amigos ajudam, mais precisamos mar de forma diferente alguém ok? Certo. Mas, pessoalmente, quando namoro ou fico com meninas, fico carente de meninos, e vice-versa. Não me veria namorando só um dos dois. Acho que seria muito mais infeliz!

Por isso, assumam quem vocês foreeeeeem! Independentemente de como forem. =D

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